A Endometriose é uma doença crónica caracterizada pela presença de tecido endometrial – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, em localização variável, formando lesões e podendo ter sintomas e/ou consequências como dor, infertilidade e complicações graves noutros órgãos. O diagnóstico é feito através de uma avaliação médica detalhada.
Atualmente a evidência científica promove uma ação multidisciplinar para alívio de sintomas e diminuição da inflamação e lesão. A dieta tem um papel crucial no que respeita à sintomatologia e qualidade de vida das mulheres com esta doença. Destaca-se a inclusão de alimentos ricos em fibra, anti-inflamatórios, antioxidantes e micronutrientes específicos.
Aumentar o consumo de fibras através do consumo diário de produtos hortícolas, fruta, cereais integrais e sementes; adequar o consumo de ácidos gordos ómega-3 presente em alguns peixes gordos como a sardinha, atum, cavala, salmão selvagem, chia, linhaça e noz; privilegiar alimentos ricos em magnésio, zinco, vitaminas C, D e E como, por exemplo, o ovo, os frutos secos, o cacau, o abacate, espinafres e citrinos; considerar a necessidade do consumo de suplementação como o resveratrol, quercetina e curcumina.
A importância de uma nutrição saudável, completa e adequada exige o acompanhamento por um profissional da área da Nutrição para garantir a avaliação das carências nutricionais, ajuste da dietoterapia e acompanhamento da sintomatologia da doença.
Realça-se que além do aumento de alguns nutrientes essenciais, deverão igualmente ser excluídos alimentos pró-inflamatórios e que comprovadamente terão relação com maior dor e desconforto, tais como a carne vermelha, processados, álcool e a gordura trans, também denominada de parcialmente hidrogenada, ainda encontrada em alimentos como as batatas fritas, refeições pré-feitas congeladas e algumas bolachas, entre outros.
De acordo com a extensão da doença e apenas após diagnóstico médico, poderá ocorrer a necessidade de implementação de uma dieta baixa em alimentos fermentáveis, podendo assim, no diagnóstico de síndrome de intestino irritável ponderar-se dieta adequada.
A adequada medicação, a prática de exercício físico regular e orientado e a manutenção e promoção de um bem-estar psicológico, serão igualmente cruciais para a qualidade de vida.
Artigo escrito pela Dra. Diana Ferreira | Nutricionista na Polidiagnóstico de Leiria