A Psoríase e o Sol

A Psoríase e o Sol

A psoríase é uma doença inflamatória da pele, crónica, caraterizada por períodos de agravamento e períodos de remissão, ou seja, o paciente pode estar sem qualquer evidência da doença (remissão completa em alguns casos).
É bastante comum. Cerca de 2% da população, afetando homens e mulheres, e pode aparecer em qualquer idade, embora seja mais frequente iniciar-se entre os 15 e os 30 anos ou/e entre os 50 e os 60 anos. 
É uma doença não contagiosa pelo que não há qualquer perigo de adquirir a doença por contacto (seja de que natureza for) com um indivíduo com psoríase.
Apresenta várias formas clínicas, sendo a mais comum a psoríase vulgar em placas que se carateriza por placas avermelhadas cobertas de descamação esbranquiçada nos cotovelos, joelhos, região lombar e face extensora dos membros. 
Existem outras formas clínicas como, por exemplo, a psoríase gutata (pequenas placas, mais frequente em crianças após infeções bacterianas da orofaringe), a psoríase inversa (lesões de psoríase nas pregas corporais), a psoríase pustulosa (pústulas em pele avermelhada) e a psoríase eritrodérmica (praticamente toda a pele fica vermelha e descamativa, exige muitas vezes tratamento em regime de internamento hospitalar). 
A gravidade da psoríase vulgar em placas varia consoante a dimensão e número das placas e as suas características: quanto maior a superfície corporal acometida, quanto mais avermelhadas, mais espessas e com mais descamação forem as placas, mais grave a psoríase e mais agressivo terá de ser o tratamento, nomeadamente com recurso a fármacos (orais ou injetáveis). Contudo, a grande maioria dos casos é de forma ligeira, tratando com tópicos, ou seja, produtos de aplicação cutânea (cremes, pomadas, etc).
A exposição solar pode constituir, na grande generalidade dos casos de psoríase, uma ferramenta terapêutica importante – a chamada helioterapia – já que contribui para a melhoria clínica nestes doentes. A radiação ultravioleta reduz a inflamação da pele e minimiza a aparência das placas. Contudo, essa exposição solar deverá ser sempre realizada com cautela, adotando as medidas de proteção habituais como o creme protetor solar, chapéu, exposição nas horas menos quentes, etc., sem que ocorra queimadura solar. Aliás, as queimaduras solares nos doentes com psoríase podem, inclusivamente, levar ao aparecimento de mais placas de psoríase na área de pele queimada. Assim, os doentes com psoríase vulgar em placas, na generalidade dos casos, podem e devem apanhar sol, de forma gradual e responsável, sem queimadura solar.
 
Artigo escrito pela Prof. Doutora Ana Brinca | Médica Dermatologista
 
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